"O culto das imagens, que aos religiosos evoluídos de hoje parecerá anacrónico, ultrapassado, supersticioso, pagão, primitivo, decerto revelava (ou revela, porque ainda persiste nas gentes simples) um obscuro e atávico feiticismo. E nem por isso, e quem o não entende pouco entende das complexidades da vida religiosa profunda, era ou é vazio de verdadeira espiritualidade. Bem sabiam - bem no sabiam, embora aparentemente o esquecessem, esses veneradores ou veneradoras de imagens! - que elas não são senão imagens, retratos, evocações dos verdadeiros Seres vivos e transcendentes que «estão no céu». Digamos que servem de intermediários entre os pobres de nós e Esses."
José Régio, Confissão dum Homem Religioso, Lisboa: IN-CM. 2001, p. 68.
No comments:
Post a Comment