"Demais, o arcanjo Gabriel pertenceu a um mundo há muito subvertido. Mesmo que quisesse, como haveria de voar até ao mundo tal qual é agora? A sua aparição metamorfosear-se-ia - quem sabe com que sarcasmo - pensaria a altiva e grácil açucena - também ela a flor de Apolo - no gato amarelo que pratica nestes últimos meses a caça, aqui, no bosque. Foi ele quem apareceu, altivo, ficou à distância a olhar para mim."
João Miguel Fernandes Jorge, O Bosque, Lisboa: Relógio d'Água, 2015, p. 16.
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