DA ESPERANÇA
"Como um golpe se abre funda ferida
Dor que desatina da perda sem retorno
Dos da vida pela morte desmedida
Mágoa que enche o coração e tudo em torno
Dia pesado como bátegas de chuva
Que violentas caem e são granizo
Não há sabores nem cheiros a vista é turva
Tudo chegou sem dó e sem aviso
Ó sol, ó estrelas, ó plenilúnio, ó luz
Ó águas que sem margem vão correndo
Dai-nos a cor o ar o alento que reduz
E suaviza a pena que em nós se vai movendo
Uma prece se ergue ao alto pela partida
E oferece a flor da esperança ao espírito e à vida"
Maria Teresa Dias Furtado, Livro de Ritmos, Lisboa: Labirinto, s.d., p. 27.
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