AROMA
"Eu digo, quando assoma
O astro criador:
Deus me fizesse um aroma
De alguma pobre flor!
E digo, quando passa
Uma ave pelo ar:
Deus me fizesse a graça
De asas para voar!
Aroma, da janela
Me evaporava eu,
Me respirava ela
E me elevava ao céu!
E quem, se eu fosse uma ave,
Me havia de privar
A mim da luz suave
Daquele seu olhar?"
João de Deus, Campo de Flores, 6ª ed., Lisboa: Companhia Editora Portugal-Brasil, s.d., p. 47.
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