"À noite deixavas que as sombras tingissem
os teus passos. Que o silêncio
golpeasse o teu rosto com a cinza muda
das palavras. Estavas pálido entre
paredes e as pústulas emplumadas.
Para lá das janelas um abismo
entardecia a curva das aves
a exacta caligrafia de uma árvore
o nome minucioso
desse lugar escasso
e fulminante."
Jorge Velhote, Âmago, Edições Sem Nome, 2018, p. 39.
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