Tuesday, May 14, 2019

BÍTON


"Considera-se geralmente que o sorriso arcaico resulta da dificuldade que ao princípio os escultores encontravam ao querer articular a forma da boca com as maçãs do rosto. Mas mais tarde, quando o aperfeiçoamento da sua técnica lhes permitia superar essa dificuldade, conservavam o sorriso por terem reconhecido que esse animava toda a expressão do rosto. Seja como for, nos Kouroi o sorriso pertence à essência da obra. É um sorriso que está não só na face mas que, de cima para baixo, anima todo o corpo. Um sorriso que estabelece essa «consciência radiosa do próprio eu» que o Kouros é."

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nu na Antiguidade Clássica, 3.ª ed., Lisboa: Caminho, 1992, pp. 40; 42. 

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