"Diz-me, onde está Atenas? Ter-se-á desfeito em cinzas,
Sobre as urnas dos mestres, a tua cidade, a que mais amas,
Junto às praias sagradas, ó Deus de luto!
Ou existirão ainda vestígios dela para que o navegante,
Ao passar por ela, a nomeie e se lembre dela?
Não se erguiam ali as colunas e não brilhavam ali
Outrora as figuras dos deuses, no cimo da Acrópole?
Não murmurava ali a voz do povo, agitada como uma tempestade,
Vinda da ágora, e não se apressavam ali as vielas,
Partindo de joviais portas, a ir ter contigo ao porto abençoado?"
Friedrich Hölderlin, "O Arquipélago", in Elegias, trad. Maria Teresa Dias Furtado. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000, p. 95.
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