"Pela primeira vez, talvez, desde que viera ao mundo, acontecia-lhe pensar nos mortos sem medo. Somente eles, os mortos, contavam para alguma coisa, só eles existiam verdadeiramente. Levavam apenas um par de anos a reduzir-se a puro esqueleto: lera em algum lado. Mas depois nunca mais mudavam, nunca mais. Limpos, duros, magníficos, haviam-se transmutado como as pedras preciosas e os metais nobres. Imutáveis e, assim, eternos."
Giorgio Bassani, A Garça, trad. Sara Ludovico, Lisboa: Quetzal, 2013, p. 178.
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