"Senti-me inclinada a ficar ali, pensando vagamente em Sérgio e serenando o coração sobressaltado pelos sentimentos confusos que experimentara durante a tarde.
Docemente penetrada da alma das coisas, pensava que Deus deu aos homens esta quietação imutável da terra, este sussurro meditativo do arvoredo, esta elevação e esta pureza do céu, e que eles desperdiçam todos os bens. E não aprendem a lição da terra - preferem a agitação das corridas e das danças; e não aprendem a lição dos bosques - preferem o ruído das suas conversas fúteis e das suas músicas sem música; e não aprendem a lição do céu - preferem o rastejar enlameado das suas paixões e dos seus conflitos."
Esther de Lemos, Rapariga, 2. ª ed., Lisboa: Ática, s.d., p. 100.
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