"Só ao que a lira já ergueu
também entre sombras,
é permitido o louvor infinito,
entrevendo-o, restituir.
Só quem com mortos da papoula
comeu, da que deles é,
não voltará a perder
o mais ténue som.
Por mais que o espelhamento no tanque
possa confundir-se-nos:
Saberás a imagem.
Só no território duplo
as vozes se tornarão
eternas e amenas."
Rainer Maria Rilke, Os Sonetos a Orfeu, primeira parte, IX, trad. José Miranda Justo, Lisboa: Relógio D'Água, 2005, p. 29.
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