"Fridolin soltou a mão dela, desagradado.
- E se, nessa noite - observou - outra pessoa qualquer se tivesse aproximado da tua janela, e tivesse proferido a palavra certa, por exemplo...
Fridolin procurava a expressão adequada, mas ela estendeu o braço num gesto de protesto.
- Quem quer que tivesse vindo, podia ter dito o que lhe viesse à cabeça, que pouco lhe adiantaria. Se não tivesses sido tu a aproximar-te da minha janela, - continuou Albertine - aquela noite de Verão não teria sido tão bela.
Fridolin torceu os lábios num sorriso escarninho.
- Isso é o que dizes agora. Hoje, até podes acreditar nisso. Mas..."
Arthur Schnitzler, A História de Um Sonho, trad. Maria Paula Couto, Lisboa: Relógio D'Água, 2001, p. 16.
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