"Ao meio do canal submarino
a luz cegante é um anjo.
A suspensão do voo ampara...
Que fluido pelos círculos luminosos, parados, correrá?
O sorriso escancarado da esfinge mergulhadora
vai mostrando, distante, a galeria óssea
que deita
para as ameias dum castelo
com um deserto sem fim na retaguarda.
Sentinelas de sangue que esperam sempre a
sombra e a morte cobertas de ervas secas.
Na atracção do fundo,
aos pés da escadaria do escuro,
jaz a princesa, de verde, adormecida..."
Edmundo de Bettencourt, Poemas Surdos, Lisboa: Assírio & Alvim, 1981, pp. 14-15.
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