"por que foste, diz-me, assim comandada pra matar
com clareza, mortal como uma vida ou uma certeza?
de ti não parto, creio. abro-te a porta e ponho-me à janela
como um rio. sou teimoso nos dedos da mão dela.
finjo-me clássico, tu hás-de compreender. desço
devagar, sei que só te vencerei quando nada
tiver. subo devagar acendo as imagens todas.
não te pergunto: a tua cara muda. sou
mais inteiro repartido. lavo-me, comemos pão"
Rui Costa, A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2005, p. 21.
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