(museu de Lamego) |
"deambulo pelas salas de paredes ardenteseis édipo creonte jocasta o templo de latonaos ventos pararam contra os vidros e as pedrasentre os vinhos procuro a explicação da lãda seda a reconstituição dos fios os olhospara que te servem se não escreveres as histórias
estes suaves muros que estremecem estiveramalgum dia em trento na capital de que reinona bagagem de que bispo perdido no concílioem cada pedaço tecido cresce a fábula a artenão quero sair destas salas brancas estendo-me nestes bancos cobertos de estranhos veludos
aproxima-se a hora de fecho do museu de lamegodeveria confundir-me com o pó suspenso a calaproximo-me de cada episódio e tacteio o sonoos séculos o breve itinerário de uma aranhafoi toda uma tarde de lume sol quebrado acasosasas na língua e receio de principiar a tecer"
José Viale Moutinho, Retrato de Braços Cruzados seguido de Páginas de Itália, Lisboa: Editorial Caminho, 1989, p. 83.
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