"A eternidade é a sensação de alguns intantes...Às vezes é num grande perigo que a sentimos: certos segundos lúcidos da agonia em que se faz o supremo exame de consciência; antes de uma operação grave, quando cada gesto tem um fervor de despedida; nos últimos minutos de um condenado à morte.Outras vezes, é num grande gozo que a entrevemos: no espasmo da cópula; na aura do ataque epiléptico (que Dostoïevski diviniza); nos primeiros momentos de admiração por uma obra-prima; na vertigem da criação subconsciente; e finalmente os místicos, na absorção em Deus, ou, segundo a expressão de Dante, quando «partem do século»."
António Patrício, "Words...", in Serão Inquieto, Lisboa: Relógio D'Água, 1995, p. 123.
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