"A morte é a verdade e a verdade é a morteRuy Belo, O Problema da Habitação - Alguns Aspectos, 4ª ed., Lisboa: Editorial Presença, 1997, p. 25.
Tão contente de vento, ó folha que nomeio
como que à passagem te colhesse,
palavra do que tu, ó árvore, dispões para vir até mim
do alto da tua inatingível condição
De muito longe vinda, inviável lembrança
indecisa nas mãos ou consentida
por alguma impossível infância
E a alegria é uma casa recém-construída
Face melhor de todos nós, ó folha
dos álamos nocturnos e antigos visitados pelo vento,
no calmo outono, o dos primeiros frios, sais
do ângulo dos olhos, acolhes-te ao poema
como no alto mês de maio a flor imóvel do jacarandá
Não há outro lugar para habitar
além dessa, talvez nem essa, época do ano
e uma casa é a coisa mais séria da vida"
Monday, December 3, 2012
HABITAR
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