PASMO AGUADO
"O que farei na vida - o Emigrado
Astral após que fantasiada guerra,
Quando este Oiro por fim cair por terra,
Que ainda é Oiro, embora esverdinhado?
(De que revolta ou que país fadado?)
- Pobre lisonja, a gaze que me encerra...
Imaginária e pertinaz, desferra
Que força mágica o meu pasmo aguado?
A escada é suspensa e é perigosa:
Alastra-se uma nódoa duvidosa
Pela alcatifa, os corrimões partidos...
- Taparam com rodilhas o meu norte,
- As formigas cobriram minha Sorte,
- Morreram-me meninos nos sentidos..."
Mário de Sá-Carneiro, Poesia, Lisboa: Círculo de Leitores, 1990, p. 224.
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