"Embala a fronte pálidaAntero de Quental, "Maria", in Poesia Completa, Lisboa: D. Quixote, 2001, pp. 113-114.
Do pobre sonhador,
Que desbotou cismando
Em misterioso amor...
Embala o seio aflito
Da triste poesia,
que em vão estende as asas
Por ver a luz do dia...
Embala a alma opressa
De quem já não tem mais
No céu, do que as estrelas
Na terra, que seus ais...
Embala no teu peito
A última esperança
De quem só vê no mundo
Teu riso de criança...
Embala nos teus braços
Minha última ilusão...
É leve - tem o peso
Dum ermo coração -
Embala no teu berço
De paz e inocência,
As minhas horas últimas
De inútil existência...
Embala as minhas dores,
Que, enfim, durmam também:
Sê, flor, meu universo,
Criança, a minha mãe!"
Sunday, May 5, 2013
DIA DA MÃE
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