"Ouviu-se o galo. Era já a segunda vez que cantava, mas da primeira não tinha sido ouvido pelos gnomos. Os espíritos, assustados, atiravam-se contra as janelas e as portas em grande confusão, tentando fugir rapidamente, mas era tarde de mais: ficaram ali, cravados nas portas e nas janelas. O padre, quando entrou, ficou petrificado à vista daquela incrível profanação do lugar santo e não ousou dizer a missa de corpo presente em semelhante lugar. Assim, a igreja ficou para sempre com os monstros presos às portas e às janelas, cobriu-se de mato - raizes, ervas, abrunheiros-bravos. Já ninguém conseguirá encontrar o caminho até ela."
Nikolai Gógol, O Bruxo Víi, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra, Lisboa: Biblioteca Editores Independentes, 2009, pp. 75-76.
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