"Homens mecânicos do mundo:
dormi, dormi,
contentes de terra.
Dormi, dormi
nas camas de mofo,
felizes de vida.
Dormi! Dormi!
Enquanto eu por cá ando
alheio a destinos
às três da manhã
- nesta insónia de pertencer a um universo
em que só ouço bater o meu coração nas pedras.
O meu pobre coração de carne sem rumor de deuses,
tão pequeno afinal para tantas flores e tanto mundo."
José Gomes Ferreira, "Sonâmbulo", in Poesia - II, 4.ª ed., Lisboa: Portugália Editora, 1972, p. 189.
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