Tuesday, April 3, 2018

FUNDIR


"O céu abrira sobre a terra o seu grande olho luminoso - e tudo se modificara. O frio amortecera e o gelo que resistira à noite pluviosa brilhava, agora, ao sol. Por toda a parte, os pobres pareciam respirar de alívio, pois os meses anteriores haviam sido tão rudes, tão frígidos, que até neve caíra nas regiões do sul, onde, há muitos anos, não se via a sua pinta. Agora o sol cobria tudo. Dir-se-ia um sol novinho, acabado de fundir e ainda espirrando raios do seu branco metal incandescente."

Ferreira de Castro, A Lã e a Neve, 2.ª ed., Lisboa:Guimarães Editora, 1947, p. 235. 

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