"em duro abrigo nasce
a ideia do verão: semente
que a luz demora,
ao fulgor que das armas
cai na terra, o campo
chão da trovoada,
o corpo em vala muda aberto, des
fabricado, olhos
sem ruído,
as mãos cobrindo a sombra
na suja tarde
dos retratos,
os arados no vento, a terra
devagar deitada,
e sob
o branco olhar, em seu abrigo
o claro som dobra
ao som"
António Franco Alexandre, Poemas, Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, p. 216.
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