Tuesday, June 11, 2019

ENCANTO



"O encanto das vernantes flores para sempre não dura, 
nem a lua corando brilha num só gesto:
       porque fatigas tu a alma com eternos pensamentos
       que a excedem?

Porque não antes beber enquanto é tempo, assim, sem mais, 
deitados sob um alto plátano ou sob este pinheiro, 
       perfumando os brancos cabelos
       com a rosa, 

ungindo-os com assírio nardo? Dissipa Évio
os vorazes cuidados. Que rapaz irá lestamente
      o fogo do vinho falerno extinguir
      com a água que corre?"

Horácio, Odes, II, 11, trad. Pedro Braga Falcão, Lisboa: Cotovia, 2008, p. 150. 

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