"É tão estranho
o que se desenha
e configura no olhar -
habitamos numa região
de espelhos, uma galeria
redonda de imagens
pessoais, ângulos, poses,
perfis, factos montados,
primaveras instruídas,
revoluções iniciadas,
às ordens dos robôs,
terramotos induzidos,
aviões que desaparecem,
misteriosamente, aéreas
diversões com o clima.
O mundo, impassível,
assiste a dois passos
do cadafalso, ao ronco
das coisas a serem removidas
dos seus lugares. A esfera
confiscada: o resto é nevoeiro."
Paulo Teixeira, a comoção do mundo, Lisboa: Caminho, 2020, p. 77.
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