"Considero o Homem um fazedor de ruídos.
Os seus ruídos são diferentes dos ruídos cósmicos e dos ruídos da natureza.
O Homem é emissor natural de sons: a voz (a fala e o canto). Mas também os produz com instrumentos: uma pedra, um ferro, embatendo em qualquer coisa: as formas de fazer música, a máquina... (o ruído-máquina.)
A máquina é útil. Não o seu ruído, e é pior se for exagerado ou pouco moderado. Habitualmente, não se modera, não se controla nem se reprime. Produz, em quem o gera, uma euforia de poder (um poder agressivo?)
Os seres humanos são geradores de sons. São (os outros)."
Antonio Di Benedetto, O Silencieiro, trad. Isabel Pettermann, Amadora: Cavalo de Ferro, 2020, p. 115.
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