"São marcos de cada vez que pousamos
um dedo no mapa da distância que nos julga
defender, estes nomes, póstumos, abandonados
à sua sorte, ao fogo que por eles ascenda
em canos de chaminé, em condutas para um gás
combustível, no rasto dos dardos que cruzam
o céu e se cravam no âmago do seu destino,
a Suíça, daí irrompendo, em efusão de arcadas,
para a fumigação perfeita destas noites.
E agora que o milénio chega ao fim e o tempo
trabalha para demolir, em ânsias de arrumar
a sala, sua é a entrega formal, a rendição
ao abismo em que os tem suspensos Deus,
acaso, infortúnio,
unidos numa posteridade que, muda, alarmada,
se deduz de um modelo de factos conhecidos."
Paulo Teixeira, O Rapto de Europa, Lisboa: Caminho, 1993, p. 29.
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