"A harpa de folhas ensaia o festim do Outono.
Componho o cabelo,
defendo-me do vento e da frescura.
Enrosco-me em lembranças da cor do feno
e da fadiga dos homens.
Demoro-me no deslizar vegetal,
seguro a ternura nos degraus da escada.
Permaneço na esteira do meu país,
nos seus estranhos dias
em que o vinho não morre
nem fermenta."
Licínia Quitério, Travessia, Braga: Poética Edições, 2019, p. 24.
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