MARULHEMOS
"Cabelos torrenciais daquela que me enleva,
Deixai-me mergulhar as mãos e os braços nus
No báratro febril da vossa grande treva,
Que tem cintilações e meigos céus de luz.
Deixai-me navegar, morosamente, a remos,
Quando ele estiver brando e livre dos tufões,
E, ao plácido luar, ó vagas, marulhemos
E enchamos de harmonia as amplas solidões."
Cesário Verde, Poesia Completa, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2001, p. 66.
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