"Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais profundo, ante o expandir revivescente da terra.
E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono.
Depois tudo isto se acaba. Voltam os dias torturantes; a atmosfera asfixiadora; o empedramento do solo. A nudez da flora; e nas ocasiões em que os estios se ligam sem a intermitência das chuvas - o espasmo assombrador da seca.
A natureza compraz-se em um jogo de antíteses."
Euclydes da Cunha, Os Sertões, Lisboa: Livros do Brasil, 2000, p. 44.
No comments:
Post a Comment