Monday, October 6, 2014

CONHECER


"Consegui ser, de algum modo, como os outros ou aquilo que julgo que são os outros. Porque o que todos procuramos na distracção é esse eterno, perdido para sempre, mas que recusamos aceitar. Nem sequer se trata de uma recusa, porque não há consciência disso. Um homem que se tenta conhecer a si próprio é ingénuo, mas um homem preso em pensamentos a tentar conhecer-se é digno de piedade. Digno de piedade  porque se trata de um doente, de um doente aflitivo. Há quanto tempo não sei o que é um dia!"

Paulo José Miranda, Vício, Lisboa: Cotovia, 2001, p. 68. 

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