MORMAÇO
"Bem-aventurado o que pressentiu
quando a manhã começou:
não vai ser diferente da noite.
Prolongados permanecerão o corpo sem pouso,
o pensamento dividido entre deitar-se primeiro
à esquerda ou à direita
e mesmo assim anunciou paciente ao meio-dia:
algumas horas e há anoitece, o mormaço abranda,
um vento bom entra nessa janela."
Adélia Prado, Bagagem, Lisboa: Cotovia, 2002, p. 70.
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