CRESTADO
"Eis já o lívido Outono
Pesa o manto nas florestas;
Cessaram as brandas festas
De natureza louçã.
Tudo aguarda o frio Inverno;
Já não há cantos suaves
Do montanhês e aves,
Saudando a luz da manhã.
Tudo é triste! os verdes montes
Vão perdendo os seus matizes,
As veigas e os dons felizes,
Tesouro dos seus casais;
Dos crestados arvoredos
A folha seca e mirrada,
Cai ao sopro da rajada,
Que anuncia os vendavais."
Soares de Passos, Poesias, 11ª ed., Porto: Lello & Irmão, 1967, p. 8.
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