"Óleo nos membros,
talvez um cheiro rançoso
como aqui no moinho de azeite
da pequena igreja
nos poros grossos
da pedra parada.
Óleo nos cabelos
coroados de corda,
talvez com outros perfumes também
que não conhecemos
pobres e ricos
e pequeninas estátuas nos dedos
oferecendo seios pequenos.
Óleo no sol;
assustaram-se as folhas
quando o estrangeiro parou
e ficou pesado o silêncio
entre os joelhos.
Caíram as moedas;
«Invoco a deusa em ti...»
Óleo nos ombros
e na cintura que vergou
tornozelos pardos na relva,
e esta ferida no sol
enquanto tocavam vésperas
enquanto eu falava no adro
com um gebo."
Yorgos Seferis, Poemas Escolhidos, trad. Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, Lisboa: Relógio d'Água, 1993, pp. 121;123.
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