"Pretendo morrer - respondeu ela -, se não me restituís o vosso coração sem o qual me é impossível viver.
- Pede-me antes a vida, infiel! - retorqui eu derramando também lágrimas que fazia esforços por conter. -, pede-me a vida que é a única coisa que me resta para sacrificar-te, porque o meu coração nunca deixou de ser teu.
Mal acabei estas palavras, ergueu-se num arrebatamento para me beijar. Encheu-me de mil ardentes carinhos. Chamou-me todos os nomes que o amor inventa para exprimir a mais viva ternura. Eu respondia a isso ainda com certa languidez. Que salto, com efeito, da situação tranquila em que me encontrava e os movimentos tumultuosos que sentia renascerem. Tremia como sucede quando nos encontramos numa paragem remota, como que sentindo-nos transportado a um novo arranjo das coisas, onde se fica tranzido com secreto horror do qual se não sai senão depois de se ter examinado muito tempo todos os lugares vizinhos."
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