" - Papá - perguntou-me ainda Giannina -, porque é que os túmulos antigos entristecem menos do que os novos?
Um grupo mais numeroso do que os outros, que ocupava uma boa parte da calçada cantando em coro e sem mostrar intenções de ceder a passagem, obrigou o automóvel quase a parar. O interpelado engrenou a segunda.
- Isso é compreensível - respondeu. - Os mortos recentes estão mais próximos de nós e precisamente por isso estimamo-los mais. Repara, os Etruscos estão mortos há tanto tempo - estava novamente a contar uma fábula - que é como se nunca tivessem vivido, como se tivessem estado sempre mortos."
Giorgio Bassani, O Jardim dos Finzi-Contini, trad. Egito Gonçalves, Lisboa: Quetzal, 2010, p. 12.
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