Saturday, June 2, 2018

INTANGÍVEL


"Mas todos este novos prodígios não empalidecerão perante o mais surpreendente, o mais perturbante de todos: aquele que parece finalmente dar ao homem o poder de também ele, por sua vez, criar, materializando o espectro impalpável que desaparece assim que entrevisto, sem deixar uma sombra no vidro do espelho, um estremecimento na água do lago? O homem não terá acreditado que estava, de facto, a criar, quando captou, apreendeu, fixou o intangível, conservando a visão fugaz, o clarão, hoje por ele gravados no mais duro metal?"

Félix Nadar, Quando eu era fotógrafo, trad. Inês Dias, Lisboa: Cotovia, 2017, pp. 15-16. 

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