COMUNIDADE
"Fundava comunidades em sonhos, na carne firme, nos tendões
limpos dos sonhos.
Uma amizade como que Aquiles e Pátroclo
mas sem cavalos,
sem tectos altos, sem
aspectos de glória - amizade apenas
nua, inebriando o mármore,
exercício de aranhas entre a multidão
com a sua linguagem surda,
aberta, alvar, amarfanhada.
O prazer de devassá-la, de retê-la
na boca como água de pétalas,
o gosto espesso da magnólia
à chuva, como no poema.
Em nossa casa, no lugar do vento,
a magnólia crescia."
Andreia C. Faria, Tão Bela como Qualquer Rapaz, s.l.: Língua Morta, 2017, p. 37.
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