"- Onde está ele? - pergunta Berta bruscamente, olhando à sua volta. - Perde-se de nós de três em três metros.
Referia-se ao marido.
- Gaucheraud está lá adiante - respondeu tranquilamente Félix, que via toda a gente. - Está a contemplar aquele enorme Cristo de açúcar, pregado numa cruz de maçapão.
Com efeito, o marido, com ar tranquilo e desinteressado, dava por sua conta a volta à sala, com as mãos atrás das costas. Quando notou a nossa presença, veio apertar-nos a mão e disse com ar satisfeito:
- Já notaram? Está lá adiante um Cristo, de um sentimento religioso verdadeiramente notável."
Émile Zola, Madame Neigeon, trad. Carlos Rodrigues, Porto: Livraria Civilização, 1960, p. 24.
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