"Outros virão mais capazes de gostar.
Morre-se sempre pelo lado o inverno
adormecido em nuvens
vindo dentro de uma árvore
metade das raízes,
a metade dos céus.
Este receio carregado de infância.
Alma pequena,
adormecida,
com esse fio de prata.
O vento as nuvens corpo estendido vencido
pela luz
não tenho mais a pedir
ervas aves e luz.
Vindo de tão perto."
João Miguel Fernandes Jorge, O Roubador de Água, in Obra Poética, 2.ª ed., vol. IV, Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 238.
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