"Na recitação dos Salmos, o tempo adquire, para mim, uma qualidade diferente. Ganha colorido, tom e ritmo. Rezo os Salmos juntamente com Cristo, que, há dois mil anos, reflectiu sobre o mistério da vida e do mundo com as mesmas palavras. Nesta oração suprime-se, portanto, o tempo. Eu estou no tempo atual. Mas participo na experiência de Jesus e na experiência de todas as pessoas que, desde há mais de 3000 anos até hoje, rezaram os Salmos. Mas também rezo os Salmos em conjunto com as pessoas que já morreram e que agora estão junto de Deus. Em muitos passos da recitação, penso em determinados santos que exprimiram a sua ansiedade em relação a Deus e agora compreendem essas palavras de uma nova forma, na glória de Deus. Desse modo, o passado e o presente tornam-se um só. O presente é o tempo preenchido. Não é apenas o momento, mas também o local em que o passado e o presente convergem. De momento, vivo no passado. E, ao mesmo tempo, o futuro já é conhecido."
Anselm Grün, Ao ritmo do tempo dos monges, trad. Ana Varela, Prior Velho: Edições Paulinas, 2006, p. 51.
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