"de novo sobre o mar
caíram os rochedos
e os mergulhadores desceram
ao fígado da terra
nada se cria sem palavras
a matéria é verbal
o verbo é ser
o espaço vegetal
substância de viver
distância sinusoide
flor de nada dizer
quimera hidra touro
pitonisa morrer
pilar da terra ao céu
perguntar - eu serei?
Prometeu pedra ponte
preso ao motor da nave
cego atento sou eu
subido perfurar
homem perfeito ave"
E. M. de Melo e Castro, "Queda Livre", in Trans(a)parências - Poesia I (1950-1990), Sintra: Tertúlia, 1990, p. 90.
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