"Meg chegou numa manhã bastante fria de Setembro. Ao ver-me com a minha bata e a boina soltou uma gargalhada de troça. Fiquei mais incomodado ainda porque enquanto despia a capa fez queixas sobre o ambiente frio e sombrio do meu Estúdio.
«Está virado a Norte como deve ser», comentei, começando a afiar o pedaço de carvão. «Os artistas têm que trabalhar com a luz do Norte.»
«Porquê?» perguntou Meg Storey.
Levantei os olhos. Não queria admitir perante esta impertinente libertina de taberna que não fazia a menor ideia.
«Porque», respondi abruptamente, « a luz do Norte é cruel.»"
Rose Tremain, Restauração, trad. Adelaide Cervaens Rodrigues e Teresa Carvalho, Porto: Edições Asa, 1996, pp. 39-40.
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