"Na pedra angular do arco em ruínas,
que o tempo avermelhou, dominador,
obra de rude cinzel, sobressaía
o gótico brasão.
Penacho do seu elmo de granito,
a hera, que pendia ao seu redor,
dava sombra ao escudo e aí um punho
sustinha um coração.
A contemplá-lo na deserta praça
detivemo-nos os dois.
- É esse - disse - o adequado emblema
do meu constante amor.
É verdade o que ela então me disse;
pois o seu coração
levá-lo-á na mão... em qualquer parte...
mas em seu peito, não."
Gustavo Adolfo Bécquer, Rimas, trad. José Bento, Lisboa: Relógio d'Água, 1994, pp. 107; 109.
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