DESTINO
"Que o senhor das pedras venha até nós,
que lance a sua palavra sobre o basalto, e no ar
paire o condor sem as suas presas.
Que nunca mais o cordeiro da páscoa derrame o
sangue,
na inclinação dos montes.
Que não floresça a estrada por onde caminhamos,
sem que se iluminem as bermas cegas do nosso
destino.
Que ao meio-dia toquem os doze acordes do sol,
nestes sinos.
Que se levante,
que se levante a nossa vida sonâmbula,
cambaleando sobre os abismos.
Que o perfume de todas as magnólias percorra o
amanhecer dos inocentes."
José Agostinho Baptista, Filho Pródigo, Lisboa: Assírio & Alvim, 2008, p. 88.
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