INFINITO E SEM IDADE
"E em declives de brumas e tristezas, Sinto-me resvalar... e vou descendoNa escuridão das cousas... Vou subindo...Vou subindo, voando e compreendendo...Há desmaios de névoa... A sombra aéreaDo sonho me trespassa e me embriagaOs sentidos, que, ao mundo da matéria, Se fecham, como a tampa dum sepulcro...E vejo-me infinito e sem idade...E vejo bem meu corpo que se afundaNo silêncio da noite... e vejo bemQue sou Noite, Silêncio, Alma profunda."Teixeira de Pascoaes, "As Sombras" in Obras, Lisboa: Círculo de Leitores, 1973, p. 52.
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