Sunday, May 2, 2010

PARA AS PRÓXIMAS TROVOADAS



"Sente-se a tensão que antecede a trovoada
Num país onde as rosas guardam as vinhas,
Porque pressentem as pragas
E as corolas adquirem as cores do alarme.
As aves voam baixo, quase em falso,
Rasam a iminência da tempestade,
Sopesam-lhe o volume e a intensidade,
Mantendo-se sempre fora do seu alcance.
São artes que nós não temos.
Resta-nos esperar a peste."


Nuno Morais, Últimos Poemas, pref. Joana Matos Frias, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2009, p. 140.

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