"Aqui as coisas se transformam.
Do reino não lembramos muito e
quem dirá se era verdade?
Do mar o que existe é incolor.
Peixes. Objectos perdidos.
O sol é barco movendo-se
pelo caminho mais curto.
O corpo a imagem contraída no mundo,
verdadeira e falsa.
Um animal acaba de chegar."
João Miguel Fernandes Jorge, "Sob Sobre Voz", in Obra Poética, vol. I, 2ª edição, Lisboa: Editorial Presença, 1987, p. 38.