"ANJO - Calai-vos!
SATANÁS - Calar-me... mas por quê? Que significou, afinal, o momento em que na cruz Ele ergueu os olhos ao céu e expirou dizendo, Pai, porque me abandonaste, senão o instante em que o Pai me entregou o seu filho?
ANJO - Agora me queixo eu. Guardai para os vossos o enxofre da doutrina malévola. Advogai aqui o que entre nós está acordado.
SATANÁS - Perdoai. É que há mistérios que transcendem o entendimento...
SÃO PEDRO - Deus escreve direito por linhas tortas!
FLORBELA - Que farsa! Estou cansada da morte. Quem me dera morrer na Morte."
António Cândido Franco, A Primeira Morte de Florbela Espanca - drama mágico, Évora: Editora Licorne /Centro de Estudo em Letras, 2009, p. 30.
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