"No dia em que habitarei a terra,
a ausência será maior
do que neste momento,
em que pronuncio a cinza das palavras.
O rumor leve e unânime do vento,
as folhas que se agitam nas árvores
serão suficientes
para a evidência do nada.
Viverei na encosta do instante,
sem que a sua abundância me sacie.
No dia repleto, o sabor dos frutos
recordará o presente.
Talvez estenda
também os braços incompletos."
Joel Henriques, A Claridade, s. l.: Editora Casa do Sul, 2008, p. 61.
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