"É no momento que encerra a beleza de um gesto
que se prolonga a vida -
Na carne afeiçoada à mão apagam-se os sinais
de antigas fogueiras: o dilúvio do amor
veio lavar as cicatrizes deste mundo; e as pregas
de um rochedo que desafia o génio das marés
não lembram mais do que uma colcha amarrotada.
Agora, pode pintar-se o retrato do vento
no esquadro da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme."
Maria do Rosário Pedreira, O Canto do Vento nos Ciprestes, 3ª edição, Lisboa: Gótica, 2007, p. 16.
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